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domingo, 19 de dezembro de 2010

Entrevista a Carlos Madanços ;Treinador de Futebol


CARLOS MADANÇOS

Actualmente na equipa técnica do U D Polvoreira, na divisão de honra, Carlos Madanços é um Cabeceirense já com valor reconhecido como treinador de futebol no distrito de Braga. Ainda com um percurso curto, dele dizem os mais experientes, que podemos estar na presença de um treinador com uma mentalidade de treino diferenciada. Vamos conhecer mais um pouco deste Cabeceirense e o que o faz sonhar no futebol....

Como apareceu essa vontade de ser treinador de futebol?

A vontade de treinar, surgiu na sequência da minha licenciatura no faculdade de desporto, nas aulas de futebol do professor Vítor Frade. Foi um objectivo que foi surgindo, com o decorrer das aulas, não o treino em si, mas sim UMA FORMA DE TREINAR FUTEBOL. Esse objectivo tornou-se mais vincado à medida que fui pesquisando essa forma de treinar e ai que surgiu essa vontade, como uma descoberta guiada para o treino.

Sabemos que jogou futebol, quais os clube em que jogou desde formação a seniores?

Fiz alguma formação no Atlético Cabeceirense, e joguei no São Nicolau de Basto,deste os meus 18 anos e foi ai que fui jogando. Mas o meu grande clube foi o futebol de Rua. Foi em campos inclinados e com vários obstáculos que fui jogando,fazendo jogos com outras equipas, onde a vitória era sempre o objectivo. Por isso digo que a minha grande formação como jogador de futebol foi na rua contra jogadores mais velhos e com mais força, que tentávamos exponenciar as nossas capacidades para os ultrapassar.

Qual o seu percurso como treinador?

Iniciei a meu ano zero em São Nicolau e desde já, agradeço a oportunidade que me foi dada. Depois passei pelo Clube Desportivo Amares, o Atlético Cabeceirense e a União Desportiva de Polvoreira. Em todos eles tentei desenvolver a metodologia de treino, a Periodização Táctica. Um forma de treino, não diria diferente, mas uma nova visão de treino de futebol.

Lembra-se do primeiro treino que efectuou?

Sim, lembro como fosse hoje! Tinha tudo estruturado de forma a dar tudo certo, com as palavras chaves, que queria transmitir, o posicionamento do jogadores, mas confesso que estava um pouco nervoso porque queria começar bem. Foi na fase da pré-competição onde vão muitos jogadores, e logo ali começamos a aplicar o modelo que eu tinha traçado para o São Nicolau, no fundo um tubo de ensaio para ver a resposta dos jogadores.

Treinar equipas de formação está no seu horizonte?

Por acaso, nunca treinei equipas de formação, só equipas seniores. Mas é muito importante para os jogadores terem uma boa formação, tanto ao nível técnico e táctico, como pessoal. Pois serão esses os pilares para o jogador vencer.

Quais as principais dificuldades que nota nos atletas que treina?

As minhas dificuldades são transmitir o conhecimento táctico aos jogadores. E percebe-se bem, entre um jogador teve uma boa formação e outro que não a teve. Mas o maior indacape de um jogador é não querer evoluir tacticamente, esse jogador não cabe no meu perfil de jogador de futebol. Encaro o treino como um momento de aprendizagem ,por isso a concentração deve ser total. Uma outra dificuldade é quebrar barreiras, que a maior parte dos jogadores têm, dado que tiveram muitos anos a treinar da mesma forma e quando se aplica uma nova forma de treinar deparamos com jogadores renitentes, dado o desconhecimento, que têm sobre esta forma de treinar.

Começou no S. Nicolau e sentia-se que as exibições da sua equipa eram melhores que a classificação , como encarava essa situação?

Uma situação difícil de gerir, pois os resultados têm que aparecer para consolidar o processo da equipa. Mas o contexto era difícil, mas consegui que alguns jogadores encarassem o jogo de outra forma. Mas era uma equipa em fase inicial de construção que provavelmente não estava preparada para receber tanta formação num tanto curto, espaço de tempo.

Como classifica o trabalho que realizou no S. Nicolau?

Considero que a nível pessoal foi muito bom, a nível desportivo não foi o melhor, mas ficaram as bases para uma nova equipa , com uma mentalidade vencedora.

E a curta passagem pelo Atlético?

A passagem pelo Atlético foi excelente, conseguimos , em conjunto com o Treinador Correia, um trabalho positivo dentro do contexto em que nos foi entregue a equipa. Acredito que o Cabeceirense têm condições para se erguer, se tiver um espírito de renovação e de apoio dos Cabeceirenses. Tem que se encerrar um ciclo, para se abrirem novos e assim conseguir colocar o Atlético no seu devido lugar que é a Divisão de Honra. Mas isso só se consegue com pessoas competentes e que tenham vontade de vencer e acima de tudo, uma organização que dê condições o sucesso .

A maioria dos jogadores que treinou dizem que depois de serem orientados por si a sua maneira de jogar e pensar o jogo mudou radicalmente , que opinião tem sobres este comentários ?

Eu não mudei o pensar dos jogadores, mas sim coloquei os jogadores a pensar futebol. Mas fico lisonjeado, pelos comentários e acredito que muitos jogadores que treinei, têm potencial para conseguir atingir o seu objectivo no mundo do futebol.

Como classifica o seu trabalho ate agora na U D Polvoreira?

Em Polvoreira, tenho jogadores fantásticos que conseguiram apreender os conceitos que pretendíamos para o nosso modelo de jogo. Mas a grande dificuldade, foi o que disse atrás ,a mentalidade de alguns jogadores é o seu maior travão para a sua evolução. O Polvoreira, aceitou jogar na honra, apesar das exigências que esta divisão exige em termos de organização e de experiência. Temos feito um trabalho sério e realista, com os jogadores que dispomos. Dado a termos jogadores com pouca experiência nesta divisão e têm que mudar a sua mentalidade para jogar nesta divisão, dado que é preciso muito mais que em divisões abaixo. Todo o detalhe é importante. Conseguimos estabilizar a equipa, para conseguir elevar os níveis de eficácia. Acredito, que com aplicação e empenho, o Polvoreira vai conseguir o seu objectivo.

A sua metodologia de treino tem sido bem aceite pelos atletas?

Inicialmente é! Mas alguns jogadores estão formatados em determinados registos e sentem falta de algo que nem precisam. Mas é uma nova forma de treinar que têm mais aceitação por uns do que por outros, depois de a perceberem eles aceitam de forma natural e aí já não sentem falta do seu passado.

O que deve ser um treinador de futebol?

Deve ser acima de tudo um líder de uma liderança que têm como objectivo, unir um conjunto de jogadores num colectivo. Deve ter ideias para o seu modelo de jogo e acreditar naquilo que faz. São, em traços largos o que para mim é ser treinador de futebol.

Treinar equipas de formação está no seu horizonte?

Por acaso, nunca treinei equipas de formação, trabalhei sempre com seniores. Mas é muito importante ter uma boa formação, tanto ao nível técnico – táctico, como em termos de mentalidade para vencer . Devem creditar no seu trabalho e dar sempre mais, em cada aprendizagem.

Sente-se um treinador"diferente"?

Não sinto! Sou um treinador com uma forma de treinar que é a periodização táctica! Treinar com o objectivo táctico em mente.

Acha que a sua formação académica especifica em futebol o transformou enquanto pensador do jogo de futebol?

Sim, claro! Fiz a minha licenciatura na Faculdade de Desporto na Universidade do Porto, em Desporto e educação física com especialização em Futebol, tendo como professores fantásticos , como Vítor Frade ( Treinador do FC Porto e Metodólogo da Formação do FC Porto) Mestre José Guilherme ( treinador do Porto e ex-adjunto da Selecção Nacional) , foram pessoas que me fizeram ver o futebol, como uma ciência em constante evolução, que exige muito para se andar no TOP.

Momento mais alto da sua carreira como treinador?

Sempre que ganho,é um momento Alto!

Objectivos ?

O futebol profissional é o objectivo. Porque há todas as condições nos diferentes níveis para desempenhar um bom trabalho e vencer.